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Zarcotr​á​fico

by ZARCO

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1.
7 por Sala 05:59
Quatro borboletas entram no meu quarto Que eu nunca hei de voltar a ver Ligam-me "oh Sala, bora ao Bairro Alto" Eu digo "vou jantar e vou lá ter" O tempo é uma imposição Não lhe dês atenção E cai com ele Até que ele não seja nada Trinta borboletas voam sem destino Quatro delas estão voltando atrás Ligam-me "oh Sala, sabes o caminho?" Eu digo "sabes bem que tanto faz" O tempo é uma comichão Não lhe dês atenção E vai com ele Até onde ele não acaba O Capitão Zarco fumava barbas de milho apoiado Numa perna de pau, cheirava a mijo em todo o lado Tem cara de mau, eu bebo vinho e estou tocado Não encravo mas estou farto de tar perdido no barco Há não sei quantos dias no Atlântico Eu procuro o quê? Ilha da Madeira e sexo tântrico Eu tou no barco do Zarco, sem stress Tenho escorbuto mas não parece nem desaparece Dá-me rum e bagaço, dá-me bagaço e rum Isto é um por todos, todos por um Somos três mosqueteiros dali ou marinheiros daqui Eu estou no barco com o Armando a navegar por aí Tou remando, tou armando, marinhando, marinando Nas margens do Escamandro já fiquei sem um escafandro Terra à vista, terra à vista mentira Tou sonhando com a grelhada mista ainda Piqueniques para infantes e Henriques na mira Bananas são aos montes numa cesta faminta Num barco sem tinta perdido na penumbra Contei os grãos de areia todos, não cheguei a conclusão nenhuma
2.
Sá Morais 04:10
Vi-o ali a dormir estava mal E a sorrir num colchão de cristal Dei as mãos à madrugada E andei por aí a voar Como se a noite rasgasse Para a Lua se ir deitar O sol deu lugar às formas E as formas deram lugar à vida Regras deram lugar às normas E a minha alma ficou perdida
3.
Tenho a mala cheia De propriedade alheia Uma ampulheta sem areia A última edição da Medeia And the Holy Grail (el cálice sagrado) Ontem estive entretida Mas não sei onde andei perdida Coração vazio e mão cheia Hoje sei que alguém me odeia Estou-me a afastar
4.
Sem Nome 03:29
Quando um dia limpo Se tornou num temporal O desejo submerso Encheu-se de mal Saiu da noite escura Para o Sul, perto do sal Chorou tristeza e amargura Numa memória intemporal Imaginei-me a mergulhar Vi os corais e tudo o que podia ver Navegas agora noutro mar Sempre foste tu, nunca deixaste de ser Porque é que a bondade Tem um preço a pagar O mar, teu amigo Foi te atraiçoar É assim que eu reajo De outra forma não sei Construí um espantalho Mas fui eu que me assustei
5.
Afogado em tristeza Ela levou-me tudo e deixou as cartas na mesa E agora que eu vejo Se nunca a tivesse bisto até podia ter fugido Eu não sei para onde vou Sinto-me perdido neste mundo Tão fodido Refazer o que já está feito Sabendo, nem dormi Mas o que era meu não era verdadeiro Eu não sei para onde vou Sinto-me perdido neste mundo Não sou ninguém Mas se fores alguém
6.
Paragem 02:39
Não é todos os dias mas é como se fosse Porque às vezes és só uma miragem És a minha utopia, não de sociedade Mas sim da mais perfeita imagem Sempre fugidia ou talvez por meu azar Permaneces sempre na paragem Isto já me atrofia os ossos e a cabeça Preciso de uma mensagem Diz-me quem foi conquistar Porque o teu bem é o meu azar

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Todos os dias o Spazutempo engole milhares de enlatados, bens materiais, bens imateriais, almas, seres vivos, poemas, piratas e piranhas. Também todos os dias, o Spazutempo cospe uma série deles. Hoje, 23 de Janeiro de 1517, o Spazutempo cospe o primeiro e único EP lançado no século XVI.

Agradecemos com um enorme bem haja ao Carrapa, produtor e guia spazutemporal, que nos introduziu o Spazutempo e que nos acompanhou durante esta jornada de sol e frio. Agradecemos à Daisy, fotógrafa fritaglioca que fez a capa do disco. Agradecemos aos nossos pais e amigos. Agradecemos ao João Gonçalves Zarco e ao Tristão Vaz Teixeira.

credits

released January 23, 2017

Gravado e produzido pelo José Moz Carrapa na Calçada de Sant'Ana
Materizado pelo Miguel Pinheiro Marques nos estúdios Sá da Bandeira
Capa pela Daisy Eltenton

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