1. |
Escuta, Meu Menino
04:55
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Escuta, meu menino
Durante a vida
Alcança os sonhos
Pois é disso que ela vive
Luta por um sorriso
Não só na tua cara
Mas também nos outros
Com quem vives
Escuro é o que há de vir
Mas a noite não traz
Esta escuridão
A razão das flores
É florir
Mas não há luz
Na noite
Que é medo
E essa noite
Está aí...
Dúvidas crescerão
Mas todo o corpo
Que duvida
Traz também um coração
Encontra em todos
Um irmão
Pois todo o corpo que duvida
Também pisa o mesmo chão
Por fim, assim verás
É nascer e morrer sozinho
Vivendo acompanhado
Restou aquilo que farás
Por isso faz, alcança, sonha
E viverás iluminado.
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2. |
Morrer de Pé
04:30
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Sonhos
Tanto sonhos sonhados
Almejados e pensados
Em muito mais que uma vida
E quantos desses sonhos
Impedidos
Por dizerem a verdade
Quantos sonhos eram lindos…
Ah,
Já não há inocentes
Sabemos quem são eles
Aqui no meio da gente
Vieram a falar
Como quem fala a brincar
Vieram para roubar, ludibriar e sufocar…
Ah,
Ainda há resistentes
Gente livre
Em liberdade
No pensamento
E na vontade
Ah,
E enquanto gente livre
Temos mais é que sonhar
Ah,
E enquanto gente livre
Temos mais do que sonhar
Se já não é fácil, não é?
Agora imagina com as peças todas
Cortam-te as asas, pois é
E tantas quantas sinas
De umas vidas outras
Por isso prefiro
Morrer de pé
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3. |
Devagar, de Mansinho
03:01
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Estou sempre à espera
Que alguém me venha dizer
Como vem
Enquanto espero,
Ele espera também, devagar
Mas ele é um bicho mesquinho
Se esconde à espreita em qualquer esquina
Devagar vem de mansinho
E traz a morte num estandarte
E a gente tem de cantar
Ó pá!
É a cantar que se entende
Que há vida p'rá´lém do mar.
Estou sempre à espera refém
por não querer acreditar
E nesta espera alguém
Já me disse para não esperar
Alguém já velho pela vida
Avisou para que não se repita
O mal feito lá atrás
E a gente tem de cantar
Ó pá!
É a cantar que se entende
Que há vida p'rá´lém do mar.
Pois abre o olho
E procura em toda a parte
Quem traz a morte
Nesse porta-estandarte
Quem logo diz-contradiz
Em disfarce
É estar atento
E fazer com que não passe
Mas ele é um bicho mesquinho
Se esconde à espreita em qualquer esquina
Devagar vem de mansinho
E traz a morte num estandarte
E a gente tem de cantar
Ó pá!
É a cantar que se entende
Que há vida p'rá´lém do mar.
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4. |
Sr. Doutor
04:54
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Só me enxerguei
Quando ele estava já
Na sombra do rei.
Porém a história
Começa antes
Quando na sombra
Escrevia a lei.
Foi lá bem longe da cidade
Que nasceu este sr.dr
E nessa baixa densidade
Não se tornou num pescador.
Nos tempos do sem-resort
Calcorreando a sua sorte
Foi pras finanças de finas andanças
Fugiu daqui pra enganar o engano.
Voltou para Portugal
Sorrateira desgraça - a nossa -
Pois a poeira que assentava
Não deixou ver o que ele tramava.
Lá subiu e se fez rei
E encontrou a sombra que o esperava
Esse escuro que tanto ansiava
E lá pelas galas de honor
No chão dos outros o mal semeava.
Ocultou-se nos fraques de amigos
E contava com essa amizade
Que lhe subia a contabilidade
Que lhe enchia os bolsos de verdade
E na mentira a transparência o cobria
E enquanto isso o povo lá ria.
Ó sr.dr é que do alto da sua brandura
O brilho ofusca quem logo procura
As trafulhices da sua candura
E daí foram mais dez anos
Fingiu de múmia batendo recordes
Tirando a água do velho capote
Suportado pelas suas gentes
Pois na finança tinha as costas quentes
Pois agora a sombra é lei
E lava os pés em praia de água morna
E colhe os frutos da sua reforma
E em seu nome não tem nem uma porta.
Aparece retratado
Nos processos que são dos amigos
Interligados todos pelos umbigos
Mas nada o irrita
A sua sombra cobre e cega a justiça
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5. |
Atira e Vira ao Mar
06:19
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Afinal o mar já se acalma
E o dia ainda sem luz
E o ar das bocas geladas se traduz
Em fumo tal qual angústia
A que a véspera nos encalhou
No calor dos risos de ontem
A surpresa nos apanhou
O ronco inquieto das ondas alvoroçou
O medo encontra a voragem
E hoje já cá não estou
E olhai as nuvens abertas
Entre nós não falta ninguém
Calafrios, memórias despertas
Quem não tem?
O mar já se acalma
E um novo dia seduz
Atira e vira ao mar
Quem se foi não há-de voltar
E quantas vezes o sol nascer
Tanta coisa por fazer
Farei tantas coisas
Quantas vezes o sol nascer
Farei tantas coisas
Quantas tantas as vezes que o sol nascer
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6. |
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Era noite cerrada
Quando eu me fiz à estrada
Tinha a roupa que tinha
Mais o verde livro do Cesário
E tinha sonhos e inspirações
Das mais altas vulgares razões
Puras imaginações
Tinha as ideias montadas
Um tanto quanto figuradas
O aviso dos perigos da estrada
Estava lido e estudado
Os rebuliços constantes do plano
Não tinham sido contemplados
Mas
Ama onde a estrada começa
Pois a vida aqui é sem pressa
E algum dia vais ter de findar
Sombra, luz e vento
Água e mar Marulho d’água, terra, luz, ar e sol
Som das coisas
De uso para estar Barulho terra, vento, sol, luz e ar
Logo quebra o jugo
Algo a nascer
Alguém parte o jogo de vez.
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