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Spazutempo

by ZARCO

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1.
Sombra 06:03
Da sombra de alguém Fugia eu Mas do que fujo eu? Ninguém repara À sombra de ninguém Vivia eu Pois do que fujo eu? Alguém me pára? A sombra do Além Anseio eu Mas quando lá chegar Ninguém repara Na sombra do desdém Caminho eu Sozinho e sem ninguém Ó! Quem me pára? Porque foges tu? Não tenhas medo Luta contra ti, pois se é de ti Que o medo finge ser Uma aliança Olha para ti, uma criança... No seio da solidão Chorava eu Mas porque choro eu? Alguém repara? A sombra aqui no breu Maior que eu O medo só é meu Alguém repara? Porque foges tu? Não tenhas medo Luta contra ti, pois se é de ti Que o medo finge ser Uma vingança Olha para ti, uma lembrança... Na sombra vivo bem Achava eu Daqui não sairei É a minha casa Um grito pela luz Anseio eu Sentado à escuridão Alguém me agarra?
2.
Vitamina Z 02:42
Saber diferenciar sabores O amor da flor E o amanhecer Simplificar Cores e clamores E complicar O adormecer Enfeitiçar Humores, odores Colher outras flores E entorpecer Amordaçar Rumores e dores E assimilar A vitamina D Saber surpreender os pais Dar a volta ao Mundo Comer vegetais Sensibilizar comuns mortais Milho p´rós pardais Causas animais Estandardizar os ideais Censurar desejos De outros carnavais Apaziguar os generais Beijar o mau olhado no olho do cu Saber introduzir canções E cantar refrões Para interagir Mistificar Desgraças, sensações E outras reacções Que ainda estão p´ra vir Fantasiar Querelas e acções Masmorras e dragões Noites sem dormir Escandalizar As multidões Ir às televisões Às associações Às instituições Com mais sete anões Armas e barões
3.
Tava Num Bar 06:17
Dizem que morreu há pouco Chama-se Olga Vaz Vintém Está ali estendido o corpo Deixou cá o pai e a mãe Deixou cá o pai e a mãe Anda aí fugido um louco Já o cheiram trinta cães Procurado vivo ou morto Anda aí fugido alguém Anda alguém fugido além Anda além fugido à lei Anda à lei fugido alguém TAVA NUM BAR A OUVIR UM SOM Tava num bar a ouvir um som Monotonia vulgar do rum Vi um homem alto e de bom parecer E uma mulher deslumbrante a ler Tava num bar a ouvir um som E lá vi tudo o que se passou A timidez só o fez sorrir Ela desfez-se e petrificou Tava num bar a ouvir um som Quando a polícia ao local chegou O homem alto já cá não está A timidez não irão julgar
4.
5.
Na feira dos sítios sem sorte Reza a vida, reza a morte Trocadas memórias sem dono Esquecimento, abandono As más, as boas, as certas As profundas e as despertas Aquelas que ninguém se esquece É vendê-las em quermesse. Mirones procuram gordura Os artistas, amargura Turista regista o que engraça Só no rolo é que o tempo não passa Mendigos, senhores do retalho Apodrecem no mesmo carvalho Uns vendem pela brincadeira Outros já só lembram a feira. Num banco a velhota Organiza a gaveta Na sua ampulheta Não tem mais risota Conversa da treta Tem sempre um que a topa Mas esta batota Até troca um forreta. A lama e as tendas Os gastos, revendas São soro p’rá veia De quem regateia Os mitos e as lendas Que a história semeia Perdidos na teia Das compras e vendas
6.
Spazutempo 03:10
7.
Descobri A roda, o fogo E tantas outras coisas Que eu não vou contar Domestiquei Os gatos, cabras, lobos Matei mais uns quantos Só para experimentar Contei os astros E as fases da Lua Estudei maresia Nas ondas do mar Verifiquei Que dá terra nascia E logo lhe roubei O verbo lavrar Inventei As divindades Para a população Poder controlar Dei-lhes o pão, o circo, Futilidades E uma personagem Para idolatrar Usei dinheiro Para cegar As pobres alminhas De qualquer idade Criei diferenças, Clivagens Em toda a parte E mais umas guerras Para dizimar
8.
Corsário 04:28
Corsário português Não se sabe bem o que fez Sem ser a sua história Narrada in medias res Rapazote escanifrado Destemido e bem temperado Rapinou o seu primeiro barco Procurando a bonança Cruzou os mares para lá do Sol Procurando a Conchichina Foi mandado ao chegar Ir à caça gambozina Navegou por mais uns anos Subindo rio a rio Sempre se escafedendo Pois o destino lhe sorriu Sacripanta maltrapilho Exímio a tocar rabeca Fanou rainhas do cortiço E pôs-se na alheta Capitão António Faria Navegava contra as chuvas Procurando a Conchichina Encalhou no cú de judas Naufragou numa famosa ilha Habitada por pirataria Esperou até uma nau roubar E foi para lá de Bagdad Conheceu um tal de Mendes Pinto Ensimesmado com o perímetro Larapiavam enchendo a sacola E escondiam-no em cascos de rolha Mas aquilo que ele tanto queria Jazia num erro de dactilografia Cochim, como a China já existia e Nang-su ainda se chama hoje em dia Lá bateu a caçoleta Naufragou numa tormenta
9.
Fui p'ra lá do rio Fui p'ra l'a do mar Chegado ao mar O mar estava vazio Já cá não está quem mais sorriu

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credits

released October 11, 2019

Produzido por Diogo Arouca Rodrigues e José Moz Carrapa

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